sexta-feira, 27 de março de 2009

Minha entrega...Sua resposta

Entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará. Sl 37:5

Recebi uma ligação telefônica nada agradável. Minha irmã mais nova comunicava que meu pai, anteriormente acometido de câncer na próstata e por negar-se a fazer o tratamento, agora estava com cancer nos ossos. De acordo com a médica que o estava acompanhando ele terá no máximo 3 meses de vida. Completou dizendo: se quiser ver papai em vida venha já.

Era mês de março, as aulas tinham começado fazia pouco tempo e eu fiquei sem ação. Orei e o salmo 37:5 era o mais recitado por papai. Entrega teu caminho ao Senhor... mas o que é entregar ao Senhor um problema? Às vezes queremos dar uma “mãozinha” e pra surpresa nossa estragamos ou retardamos as bênçãos. Porque digo isto? Porque aprendi como entregar um problema ao Senhor neste momento.

Minha amiga se prontificou para substituir-me em sala de aula, minha irmã na organização da cantina, outras pessoas se prontificaram a me ajudarem até financeiramente. Consegui uma passagem aérea promocional, parcelada em seis vezes. Tão logo cheguei ao aeroporto, em BH, percebi uma senhora que comia o tempo todo. Muitas vezes ela se dirigiu a lanchonete e sempre voltava comendo alguma coisa.

O vôo estava previsto para 00h30min e só foi confirmado avião em solo 01h. Próximo a este horário, quase todas as pessoas já haviam embarcado e ficaram poucas pessoas, inclusive aquela mulher que se aproximou de mim e perguntou pra onde era meu vôo. Respondi: para João Pessoa e ela alegremente falou: que bom, o meu também. Vou ver minha filha. Ela sempre me manda passagens e eu sou viúva, vivo viajando e você vai a passeio?
Não, respondi, vou ver meu pai e rapidamente contei-lhe a situação. Ela mostrou-se condoída e me contou que seu marido havia morrido do mesmo mal e sugeriu que ao chegar em casa eu aproveitasse cada momento com meu pai, demonstrando-lhe carinho porque só isso aliviaria sua dor, sugestão que segui a risca. Embarcamos e por 3h voamos sem escalas ou conexão.

Chegando a João Pessoa não me apressei em sair do avião porque iria ficar no aeroporto até às 5h para de lá seguir para rodoviária. Aquela senhora aproximou-se de mim e perguntou: quem vem lhe buscar? Ninguém, respondi. Vou ficar por aqui até dar 5h e pegar o primeiro ônibus para Campina Grande. Capaz! Retrucou a mulher. O motorista de minha filha vem me buscar e vou lhe levar a rodoviária. Fiquei muito agradecida e emocionada ao perceber o grande amor de Deus por mim. Cheguei a rodoviária a tempo de embarcar no primeiro ônibus e chegar a casa 15 min antes de meu pai seguir para o hospital. O acompanhei e por 18 dias desfrutamos da companhia um do outro.